Eu quero te falar algo da parte de Deus para você: existe uma cegueira sutil que talvez esteja ocupando um lugar perigoso na sua vida — ela não grita, mas silencia o arrependimento. Ela se disfarça de convicção, mas esconde orgulho. E o nome disso é privilégio não reconhecido. E na Palavra de Deus de hoje vou te mostrar que Você pode estar cego!
O filósofo Pierre Bourdieu disse: “O privilégio cega aqueles que o possuem.” E o que me impressiona é como essa frase ecoa na Bíblia, especialmente nas palavras de Jesus. É como se Ele a tivesse dito antes, em cada confronto com os líderes religiosos que se achavam certos demais para serem corrigidos, e santos demais para se arrependerem.
Você já parou pra pensar quantas vezes você foi cego… por aquilo que achava ser bênção?
Certa vez, um jovem que cresceu dentro da igreja. Sabia versículos de cor, pregava, liderava. Mas ele não percebia que seu coração estava frio. Sua vida era movida por hábito, não por fé. Um dia, numa vigília simples, ele ouviu um pregador falar: “Você pode estar carregando uma Bíblia e ainda assim estar longe de Deus.” Ele chorou. Pela primeira vez em anos. Ali ele viu: estava cego. Não por pecado escandaloso, mas por religiosidade confortável.
No Evangelho de Mateus está registrado que Jesus olhou nos olhos dos fariseus e disse: “Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! Pois que limpais o exterior do copo e do prato, mas por dentro estão cheios de rapina e de intemperança”. Eles sabiam tudo. Tinham acesso à Lei, ao templo, à honra pública… mas estavam cegos. Por quê? Porque achavam que já estavam certos. Que não precisavam de mudança. Que eram privilegiados demais para precisar de arrependimento.
Esse é o perigo do privilégio: ele anestesia a alma.
Talvez você também já tenha pensado: “Eu já sou crente, não preciso me arrepender de novo.” Mas o autor de Hebreus nos chama a deixar as obras mortas — atitudes que parecem boas, mas não têm vida, não têm fé, não têm humildade.
É aqui que a mansidão entra. Essa virtude do Espírito Santo, essa humildade prática que nos faz reconhecer: eu preciso de mudança. A mansidão não é fraqueza — é força sob controle. É olhar para dentro e dizer: “Senhor, mesmo tendo muito, mesmo conhecendo, ainda assim eu dependo de Ti.”
Mas nem sempre é fácil enxergar isso. Porque o privilégio pode ser confortável. Pode parecer espiritual. E o orgulho sabe se disfarçar de zelo, de cargo, de títulos, de tradição. O maior desafio é admitir: eu preciso ser tratado.
Então como vencer isso?
Com fé, sim, mas também com consciência. Com um coração disposto a orar como Davi: “Sonda-me, ó Deus, e conhece o meu coração.” Com estratégias simples como: – Tirar momentos de silêncio para ouvir a voz do Espírito; – Perguntar-se: “Essa ação é movida por amor ou apenas por rotina?” – Conversar com irmãos maduros na fé que possam te confrontar com amor.
A Bíblia é clara: o arrependimento não é apenas para os perdidos. É um estilo de vida para os salvos. Jesus não quer apenas nosso serviço — Ele quer nosso coração limpo e rendido.
Agora pense: qual privilégio na sua vida pode estar te cegando? Qual posição, conhecimento ou conforto tem impedido você de ouvir o Espírito?
Feche os olhos e visualize: como seria sua vida se você vivesse com a mansidão de Cristo, com arrependimento diário, com liberdade da aparência religiosa?
No Evangelho de Mateus temos uma promessa real: “Bem-aventurados os limpos de coração, porque verão a Deus.” Você verá a Deus com clareza quando abrir mão da cegueira que o privilégio traz.
Por isso, eu te convido: ore, reflita, reconheça. Desafie-se a viver arrependido, humilde e cheio de vida. Hoje, você pode dar um passo para viver a fé com os olhos abertos.
Você não precisa ser cego pelo privilégio. Pode ser guiado pela graça.
Que Deus nos abençoe.